Poemaduro

Poemaduro
O que nos espera nestas páginas é um formato eclético de poesia que não se ocupa meramente em perseguir estilos predefinidos ou regras acadêmicas. Ao contrário, considerando-se que não há como se escapar aqui de algum tipo de impacto, "esbarraremos" em um poeta livre e original, que conduz sua criação, a um só tempo, com a leve candura de um colibri, mas com o vigor e a autonomia de uma águia dos desertos. Enquanto colibri, Mailton Rangel extrai de sua mais intimista subjetividade, toda uma complexidade de conteúdo com o mínimo de movimentos ou barulho, mostrando, às vezes, com as imagens e os silêncios de poucas palavras, muito mais do que os olhares displicentes possam captar. "Eu busco um lirismo forte / Uma espada / Um devaneio / E uma tocha... / Já não me espanto mais / Com flor que desabrocha / Quero um desabrochar... de rocha!" Já a águia, revela-se pela apurada acuidade visual, capaz de enxergar seus objetivos até quando distantes e camuflados sob carapaças. Isso se associa à determinação de lançar-lhes suas garras e sacudi-los, até que dali se transpareça uma essencialidade esquecida ou petrificada. "Por mim / Não existiria uma só praça / Com nome de general / Porque praça / É lugar de criança / E general que tem nome / Ainda hoje me lembra... Matança!"

Princípio do Enigmanismo

Princípio do Enigmanismo
Óleo sobre tela de Mailton Rangel

sexta-feira, 16 de março de 2012

Agradeço:

AGRADEÇO:



A Deus,
Meu pai oniprecavido,
Que nunca me deixou agarrá-lo,
Sacudi-lo pelo colarinho,
Esbofeteá-lo com os meus desesperos,
Como inúmeras vezes pensei desejar,
Mas que apesar de muito bem camuflado,
Jamais deixou também de erigir as “pinguelas”
Nos mais tenebrosos abismos
Que eu precisava transpor...
E que num belo dia em que nem lembro qual,
Antes que eu desistisse da “brincadeira”,
Mostrou-me, em seco recado,
Que mesmo empurrado pra fora,
Calado,
Despido da minha gratidão...
Ainda permanecia dentro de mim.


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