Poemaduro

Poemaduro
O que nos espera nestas páginas é um formato eclético de poesia que não se ocupa meramente em perseguir estilos predefinidos ou regras acadêmicas. Ao contrário, considerando-se que não há como se escapar aqui de algum tipo de impacto, "esbarraremos" em um poeta livre e original, que conduz sua criação, a um só tempo, com a leve candura de um colibri, mas com o vigor e a autonomia de uma águia dos desertos. Enquanto colibri, Mailton Rangel extrai de sua mais intimista subjetividade, toda uma complexidade de conteúdo com o mínimo de movimentos ou barulho, mostrando, às vezes, com as imagens e os silêncios de poucas palavras, muito mais do que os olhares displicentes possam captar. "Eu busco um lirismo forte / Uma espada / Um devaneio / E uma tocha... / Já não me espanto mais / Com flor que desabrocha / Quero um desabrochar... de rocha!" Já a águia, revela-se pela apurada acuidade visual, capaz de enxergar seus objetivos até quando distantes e camuflados sob carapaças. Isso se associa à determinação de lançar-lhes suas garras e sacudi-los, até que dali se transpareça uma essencialidade esquecida ou petrificada. "Por mim / Não existiria uma só praça / Com nome de general / Porque praça / É lugar de criança / E general que tem nome / Ainda hoje me lembra... Matança!"

Princípio do Enigmanismo

Princípio do Enigmanismo
Óleo sobre tela de Mailton Rangel

terça-feira, 27 de setembro de 2011


APELO (G7+) = 10/09/1979.

(3ª colocação no II Festival de Primavera, em Mesquita – RJ – 1979)


Ah, meu Deus, que bom seria,

Se as pessoas vazias

Se enchessem de amor.


E se os cheios de si mesmos

Não andassem por aí

Espalhando a opressão.


Faz, Senhor, a utopia

Pão-nosso de cada dia

Ser real pra todos nós;


Faz, Senhor, que a sua graça

Chegue aos donos da desgraça

Deste mundo desigual.


Cada momento que se deixa passar

Sem conhecer a importância de amar

É mais uma pedra que se atira em Deus;

Felicidade não é só desfrutar,

É necessário se confraternizar

Para semear a esperança depois...


Como é grande a nossa espera

De uma nova primavera

De amor fraterno e paz,


Faz, Senhor, que a liberdade

De viver seja verdade,

Livra-nos de todo mal.


Seria tão diferente,

Se os temores dessa gente

Não passassem de ilusão;


Mas quem não morre de fome,

Se consome no abandono

Vegetando em solidão.

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(Letra de canção - Mailton Rangel)

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