Poemaduro

Poemaduro
O que nos espera nestas páginas é um formato eclético de poesia que não se ocupa meramente em perseguir estilos predefinidos ou regras acadêmicas. Ao contrário, considerando-se que não há como se escapar aqui de algum tipo de impacto, "esbarraremos" em um poeta livre e original, que conduz sua criação, a um só tempo, com a leve candura de um colibri, mas com o vigor e a autonomia de uma águia dos desertos. Enquanto colibri, Mailton Rangel extrai de sua mais intimista subjetividade, toda uma complexidade de conteúdo com o mínimo de movimentos ou barulho, mostrando, às vezes, com as imagens e os silêncios de poucas palavras, muito mais do que os olhares displicentes possam captar. "Eu busco um lirismo forte / Uma espada / Um devaneio / E uma tocha... / Já não me espanto mais / Com flor que desabrocha / Quero um desabrochar... de rocha!" Já a águia, revela-se pela apurada acuidade visual, capaz de enxergar seus objetivos até quando distantes e camuflados sob carapaças. Isso se associa à determinação de lançar-lhes suas garras e sacudi-los, até que dali se transpareça uma essencialidade esquecida ou petrificada. "Por mim / Não existiria uma só praça / Com nome de general / Porque praça / É lugar de criança / E general que tem nome / Ainda hoje me lembra... Matança!"

Princípio do Enigmanismo

Princípio do Enigmanismo
Óleo sobre tela de Mailton Rangel

terça-feira, 27 de setembro de 2011


HARMONIA (G) = 20/11/1981


Perfume de terra molhada,

Sereno beijando o chão,

Azulaços e gorjeios,

Flor do ipê manchando o solo rude do sertão.


Natureza em maravilha,

Claridade de luar,

Brisa trazendo saudade,

Refrescando a liberdade,

Viola chorando, traduzindo a emoção!


No rio que rasga o chão,

Na algazarra dos pardais,

Deus é o acorde de um canto de paz,

Terra,

Clorofila,

Flor e pão.


Menino descalço na estrada,

Velho pai, cabelo de algodão...

Cerejeira colorida,

Revelando a cor da vida.

Relva,

Lua,

Brisa...

Fruto de alimentação.


Fragmentos de afeto,

Dádivas dos criador,

Argamassa da alegria,

Evidências do amor.


Meu coração tem ânsias

De estuque e de sapê,

De arvoredo,

De alvorada,

De espantalho no trigal,

De inocência e liberdade,

De harmonia natural.

(solo)

****


(Letra de canção - Mailton Rangel)

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário