INCERTEZA (C7+) = 31/01/1992
No ano dois mil e uns,
Agonia para alguns,
Nostalgias pr’outros tais...
Não sei se teremos sonhos,
Fome alastrada, poemas,
Endemias ou carnavais...
Nem sei se teremos água,
Oxigênio, ilusões,
Atrocidades, baleias,
Palafitas ou mansões...
E até se haverá riachos
Com peixes pra gente pescar;
Ou se restará passado
Que se possa recordar...
Não sei se haverá sorrisos,
Equipamentos precisos,
Governantes indecisos,
Oh, Senhor, não sei!
Talvez ressurja uma estrela,
No céu ou nos sentimentos,
E aconteça outro menino
Que embeleze as novidades
E apresente um mundo antigo
Renovado pelo amor;
Pode ser que um homem novo,
Um pouco mais sábio ainda,
Descubra a fraternidade
E reinvente um caminho.
Pode ser que uma canção,
Que fale da primavera,
Refloresça os corações
E desabroche o carinho,
Evitando que uns botões,
Vermelhos feito outra rosa,
Sejam calcados pelo ódio
E mandem tudo para o ar.
Não sei se insana utopia
Virando realidade,
Não sei se será a vida
Matando a brutalidade;
Não sei se será futuro,
Ou... só um presente de Deus.
(Mailton Rangel)
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