Poemaduro

Poemaduro
O que nos espera nestas páginas é um formato eclético de poesia que não se ocupa meramente em perseguir estilos predefinidos ou regras acadêmicas. Ao contrário, considerando-se que não há como se escapar aqui de algum tipo de impacto, "esbarraremos" em um poeta livre e original, que conduz sua criação, a um só tempo, com a leve candura de um colibri, mas com o vigor e a autonomia de uma águia dos desertos. Enquanto colibri, Mailton Rangel extrai de sua mais intimista subjetividade, toda uma complexidade de conteúdo com o mínimo de movimentos ou barulho, mostrando, às vezes, com as imagens e os silêncios de poucas palavras, muito mais do que os olhares displicentes possam captar. "Eu busco um lirismo forte / Uma espada / Um devaneio / E uma tocha... / Já não me espanto mais / Com flor que desabrocha / Quero um desabrochar... de rocha!" Já a águia, revela-se pela apurada acuidade visual, capaz de enxergar seus objetivos até quando distantes e camuflados sob carapaças. Isso se associa à determinação de lançar-lhes suas garras e sacudi-los, até que dali se transpareça uma essencialidade esquecida ou petrificada. "Por mim / Não existiria uma só praça / Com nome de general / Porque praça / É lugar de criança / E general que tem nome / Ainda hoje me lembra... Matança!"

Princípio do Enigmanismo

Princípio do Enigmanismo
Óleo sobre tela de Mailton Rangel

sábado, 6 de agosto de 2011

Inconformismo

INCONFORMISMO (D) = 18/08/1992


Ser patriota
Não é fechar os olhos à dor,
E nem entoar as canções
Que nos mandam fazer assim;
Não é usar verde/amarelo
E deixar de entender
Que negra é a sorte dos homens
do nosso país.

Não queira
Lutar nem morrer
Pelos erros dos donos
Da pátria falida.
Melhor é viver pela vida
Do irmão que precisa,
De pão,
Alegria,
Respeito
E saúde.

Não gosta da pátria
Quem rouba seus filhos
Em nome da impunidade;

Quem põe a folia na esquina
Não monta oficina
Pros desempregados.

Um grito
Na beira de um rio
Não muda o destino
De um povo sem paz.

"Hay que endurecerse,

Pero sim perder la ternura jamás!"

****

(Letra de canção - Mailton Rangel)




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