AGRURAS
Eu fumo, bebo, danço, brigo...
E raparigo;
Estrago as mãos e a vida
No canavial;
Alegro as agruras da sorte
Na paz da cachaça;
Mas, não tenho teto nem cama
Pr’um filho deitar.
A minha inocência
Não entra na porta da escola,
E eu não tenho causo de amor
Pra contar pra ninguém;
A bóia é tão fria e, tem dia
Que a gente nem come;
A fome de amor mata mais
Do que a falta de pão.
Se alguma esperança clareia
Na luz da fogueira
Mas logo que o fogo se apaga
A vida é carvão
E a cinza que voa no vento
É a nossa vontade
De ver um futuro espelhado
No olhar do irmão
Hei... ê, boiada!...
A vida de gado se acaba
No fio do facão;
Hei... ê, boiada!...
Arado, esperança e destino
Debaixo do chão!
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(Letra de canção - Mailton Rangel)
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Sempre bom, poeta!
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