A palavra democracia, intrinsecamente ligada à política, vem, de há muito, sendo empregada em condições alheias ou antagônicas ao seu verdadeiro significado. As ideologias de nacionalismo exacerbado que alguns ditadores e populistas impingem ao povo não traduzem tal ideal. Certo é que o amor à pátria costuma viajar nas asas dessa venerável senhora, mas, como eu já dizia na letra de uma canção que compus na adolescência, “patriotismo é amar um povo que se quer libertar, e não apenas respeitar uma bandeira”.
Isto porque, no meu entendimento, imprescindível mesmo de se venerar com ímpeto em uma nação são as suas pessoas, e não os seus símbolos.
Da mesma forma confundimos freqüentemente as palavras idealismo e ideologia que, apesar de derivadas de um mesmo radical e pertinentes à filosofia, possuem características semânticas conflitantes em relação à política, pois esta pode subsistir com ou sem ideologias e com ou sem idealismo. Entretanto, a verdadeira democracia – que não é aquela que brota fácil da boca de qualquer oportunista, pode comportar ideologias, porém jamais sequer germinará onde não houver o fermento transformador do idealismo que emana do povo.
Idealismo é coisa muito sublime; é a alavanca forjada pela lapidação do senso crítico do homem, pela sua própria iniciativa em busca dos “porquês” da vida em sociedade; é algo que se sedimenta em seu coração e impulsiona o “surgir” e o “desenvolver” de uma democracia em seu “habitat”. Mas a ideologia é coisa diferente. Não é o homem que a constrói em si mesmo, mas sim uma classe dominante, que, pelo poder da massificação onerosa – sinônimo de uma persuasão comprada junto aos meios de comunicação –, incute-a nas cabeças de um povo pobre ou desprovido de senso crítico, sempre no afã do proveito próprio.
Lembremo-nos por exemplo que nada se arraigou mais drasticamente no âmago de um povo do que a ideologia ariano-nacionalista dos nazistas, que sepultaram de vez a democracia na Alemanha, mas pronunciavam-na para o povo como se viva estivesse.
Uma ideologia vem quase sempre ao encontro dos propósitos dos tiranos, que a disseminam para que lhes sirva de veículo de dominação das massas.
Os idealistas, porém, pelo inconformismo que carregam no peito, são a antítese da tirania. Jamais aceitam a coisificação de seus compatriotas alienados. Fundamentam suas esperanças em uma militância que busca mudanças radicais, até que estas comecem a aflorar ou que o poder os destrua. Isto sim, a meu ver, é a verdadeira semente da democracia e do bem comum, que, por mais rarefeita que se encontre, jamais se extinguirá de vez.
Os militares da ditadura que ocorreu no Brasil também disseminavam ideologias; “blasfemavam” a palavra democracia por todos os lados e, em nome dela, assassinavam nossos irmãos com a mesma frieza dos nazistas. Entretanto, uma das pequenas diferenças, no que tange à proporção das atrocidades cometidas, é o fato de que os nazistas pareciam gostar do seu povo, tentando considerá-los como cidadãos e preferindo exterminar estrangeiros. Já os militares no Brasil, pareciam gostar bastante dos estrangeiros, especialmente daqueles que nos dominavam economicamente – o que, de certa forma, ainda fazem – e financiavam o golpe e a repressão, preferindo, portanto, matar ou torturar seu próprio povo.
E quais eram os brasileiros perseguidos por seus próprios irmãos imbuídos de farda, poder e pseudo-legitimidade???... Eram aqueles que “enxergavam” um pouco mais que a grande massa e tentavam plantar a semente de uma verdadeira democracia. Eram, principalmente, os que lidavam com as letras, com a música, com a poesia... e que por essa aguçada percepção crítica, peculiar aos amantes das artes, percebiam com clareza que Democracia pressupõe governo legítimo, que governe pelo povo e para o povo, e um “status quo” pautado em justiça e igualdade.
A característica marcante dos que dominam sob a égide da anti-democracia é não permitir que o povo se eduque politicamente, porque aqueles que se fermentam através da cultura adquirem senso crítico para perceber a grandeza da fala do filósofo Teilhard Chardin: “só se é livre quando todos o são” .
Por tudo isso, enquanto poeta e idealista; tempos atrás eu concebi um poemeto, que acabou publicado no POEMADURO, o meu livrinho mais recente:
Isto porque, no meu entendimento, imprescindível mesmo de se venerar com ímpeto em uma nação são as suas pessoas, e não os seus símbolos.
Da mesma forma confundimos freqüentemente as palavras idealismo e ideologia que, apesar de derivadas de um mesmo radical e pertinentes à filosofia, possuem características semânticas conflitantes em relação à política, pois esta pode subsistir com ou sem ideologias e com ou sem idealismo. Entretanto, a verdadeira democracia – que não é aquela que brota fácil da boca de qualquer oportunista, pode comportar ideologias, porém jamais sequer germinará onde não houver o fermento transformador do idealismo que emana do povo.
Idealismo é coisa muito sublime; é a alavanca forjada pela lapidação do senso crítico do homem, pela sua própria iniciativa em busca dos “porquês” da vida em sociedade; é algo que se sedimenta em seu coração e impulsiona o “surgir” e o “desenvolver” de uma democracia em seu “habitat”. Mas a ideologia é coisa diferente. Não é o homem que a constrói em si mesmo, mas sim uma classe dominante, que, pelo poder da massificação onerosa – sinônimo de uma persuasão comprada junto aos meios de comunicação –, incute-a nas cabeças de um povo pobre ou desprovido de senso crítico, sempre no afã do proveito próprio.
Lembremo-nos por exemplo que nada se arraigou mais drasticamente no âmago de um povo do que a ideologia ariano-nacionalista dos nazistas, que sepultaram de vez a democracia na Alemanha, mas pronunciavam-na para o povo como se viva estivesse.
Uma ideologia vem quase sempre ao encontro dos propósitos dos tiranos, que a disseminam para que lhes sirva de veículo de dominação das massas.
Os idealistas, porém, pelo inconformismo que carregam no peito, são a antítese da tirania. Jamais aceitam a coisificação de seus compatriotas alienados. Fundamentam suas esperanças em uma militância que busca mudanças radicais, até que estas comecem a aflorar ou que o poder os destrua. Isto sim, a meu ver, é a verdadeira semente da democracia e do bem comum, que, por mais rarefeita que se encontre, jamais se extinguirá de vez.
Os militares da ditadura que ocorreu no Brasil também disseminavam ideologias; “blasfemavam” a palavra democracia por todos os lados e, em nome dela, assassinavam nossos irmãos com a mesma frieza dos nazistas. Entretanto, uma das pequenas diferenças, no que tange à proporção das atrocidades cometidas, é o fato de que os nazistas pareciam gostar do seu povo, tentando considerá-los como cidadãos e preferindo exterminar estrangeiros. Já os militares no Brasil, pareciam gostar bastante dos estrangeiros, especialmente daqueles que nos dominavam economicamente – o que, de certa forma, ainda fazem – e financiavam o golpe e a repressão, preferindo, portanto, matar ou torturar seu próprio povo.
E quais eram os brasileiros perseguidos por seus próprios irmãos imbuídos de farda, poder e pseudo-legitimidade???... Eram aqueles que “enxergavam” um pouco mais que a grande massa e tentavam plantar a semente de uma verdadeira democracia. Eram, principalmente, os que lidavam com as letras, com a música, com a poesia... e que por essa aguçada percepção crítica, peculiar aos amantes das artes, percebiam com clareza que Democracia pressupõe governo legítimo, que governe pelo povo e para o povo, e um “status quo” pautado em justiça e igualdade.
A característica marcante dos que dominam sob a égide da anti-democracia é não permitir que o povo se eduque politicamente, porque aqueles que se fermentam através da cultura adquirem senso crítico para perceber a grandeza da fala do filósofo Teilhard Chardin: “só se é livre quando todos o são” .
Por tudo isso, enquanto poeta e idealista; tempos atrás eu concebi um poemeto, que acabou publicado no POEMADURO, o meu livrinho mais recente:
LEMBRANÇA
Por mim,
Não existiria uma só praça
Com nome de general!
Porque praça
É lugar de crianças,
E general que tem “nome”,
Ainda hoje me lembra...
Matanças!
Mailton Rangel.
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